Sobre ser chata, virginiana e redundâncias.

Quando na infância,

lembro-me de passar pelas páginas de horóscopo das revistas muito apreensiva porque, tendo sido educada dentro da igreja, morria de medo do que aquilo me atrapalharia na obtenção do meu pedaço no céu. 
Mas um dia, como se quisesse despistar deus, eu deixei meus olhos correrem pelo que dizia no signo correspondente ao meu, e lembro de ficar muito assustada porque segundo constava eu passaria por "momentos difíceis". Eu lembro de ficar tão abalada, tamanha era a minha ansiedade, que me prometi que jamais verificaria esse tipo de coisa novamente. 

Hoje, aos 28 anos, certa de que existe um lugar para você e para mim em algum lugar bonito e verde que a gente possa respirar em paz algum tempo depois disso aqui, me permito a diversão. Para a minha surpresa eu descobri esses dias, no meu "mapa astral", que eu sou mais virginiana do que sempre pensei que fosse.
Isto significa que descobri que não só o meu signo é Virgem como também o meu ascendente e o sol são em Virgem. Eu fiquei uns 3 minutos numa crise de riso de doer a barriga porque isso explica TANTA COISA na minha vida que sei lá. 

Quando penso na minha trajetória profissional, do estágio ao emprego de carteira assinada, não lembro realmente de ter tido problemas com meus colegas. Pelo contrário, por onde passei sempre fui muito querida. Mas quando penso nas minhas relações pessoais e acadêmicas, elas fazem jus a crise de riso que tive depois de descobrir que EU SOU MUITO VIRGINIANA.

A minha vontade de fazer com que tudo o que leva o meu nome seja executado de maneira nada menos que i m p e c á v e l, fez e faz parecer para muita gente, acredito, que eu gosto de aparecer e ser melhor do que os outros. E isso sempre me fez sofrer muito porque é o contrário. O meu desejo de fazer tudo corretamente nos mínimos detalhes é muito mais para mim, uma competição comigo mesmo, do que qualquer outra coisa. Eu ajudo o meu ""oponente"", eu quero mais é que todo mundo brilhe, a minha questão é e sempre foi comigo. Mas as pessoas quase nunca estão dispostas a entender aquilo que pensam que já sabem. Então eu sempre fui a persona non grata da turma. Aquela que se ganhasse o Nobel da paz apontariam e diriam: - Alá a exibida, "Nobel da paz", que besteira. O lado bom disso é que quem escolhe ficar, me ama de verdade. Gosta de mim sem tirar nem pôr. Então tenho lá os meus poucos e bons.

Fui me acostumando que seria assim. Porque eu simplesmente não consigo deixar de ser como eu sou. Faço terapia para relaxar, realmente, porque os sinais de tensão no corpo sempre foram muito frequentes. Então tenho aprendido a deixar ir para vir. Fora isso, continuo no lema: se não for pra dar o meu nome, eu nem vou. Sorry

Thaís